Portuguese listening/reading practice – O Hippie da Corrida Posted by carol on Mar 29, 2018 in Brazilian News, Brazilian Profile, Culture, Learning, Vocabulary
Prática de escuta e leitura em Português
Oi, meus leitores! Hi, my readers!
Como está a saúde de vocês? How is your health doing? Today’s listening and reading practice features a text by Brazilian Folha de São Paulo journalist Sérgio Xavier about health habits, work, nutritionists and running. Hope you have a good time reading it!
Remember our regular steps:
- Listen to the audio first. See if you can identify any words and write them down, if you want to.
- Scroll down and read the text. You can try reading it out loud to practice your pronunciation and speaking skills, or play the audio again and follow as you listen. Read each sentence carefully and see what you can recognize and understand.
- Check translated text in italics. What were you able to grasp? Which parts were the most difficult? It’s a good idea to read the text in Portuguese again now that you know its full meaning.
1. Ouça/ Listen
Part 1:
Part 2:
Part 3:
2. Leia/ Read
Parte 1: O Hippie da Corrida
Sou como um hippie trabalhando em uma grande corporação. Enquanto todos capricham nos ternos, gravatas e sapatos lustrados, eu vou de bata. E sandália aberta, escancarando aquela unha estranha. Os cabelos no escritório são bem cortados, bem tratados. Aqui não, é cabelo largado, ressecado pelo sol e pela falta de cuidados. Calma, é só uma metáfora. Não sou assim. Mas é assim que me sinto.
Parte 2: Convivo na tribo dos corredores. Falamos de treinos, corridas, motivação, lesões e… nutrição. Aí começa o meu problema. Sou um desajustado social. Na sociedade da corrida, viro um hippie de multinacional quando o papo envereda para nutrição. “E aí, o que a nutricionista te deu para antes dos treinos?” É nesse instante que eu pigarreio, falo sobre a baixa uidadne do ar, finjo atender o vibracall do telefone. Nutre o quê? Não, meu senhor, eu nunca fui a uma nutricionista. Nos check-ups obrigatórios aqui da firma, sou obrigado a “passar” (nunca entendi esse verbo sempre usado entre os profissionais da saúde) pela nutricionista. Geralmente minto quando “passo” por lá. Come agrião? Sempre. Costuma tomar refrigerante? Ah, só de vez em quando. Fruta na sobremesa? Ah, muuuuiiitas vezes. Depois da ficha preenchida, elas descobrem que falta ferro, zinco, cádmio, nióbio ou um desses elementos químicos que eu decorava na tabela periódica da escola. E me prescrevem um cardápio. Que eu guardarei na sexta sessão de meu escritório. Na cesta do lixo.
Parte 3: Mas estou cansado de ser um bastardo nutricional. Queria entrar na linha. Sempre como um pãozinho antes dos treinos, tento repor depois o que perdi, mas nada muito além disso. E com comida de verdade, zero de suplementação, zero de ciência. Sempre achei divertido e maravilhoso poder comer o que der na telha, claro que com a responsabilidade de quem já foi gordinho e sabe como é fácil passar de papa do esporte para pipa. Sempre gostei dessa doce inconsequência de achar que a corrida me libera para a esbórnia nutricional. O tempo passa, e vejo que não é bem assim. Quero tentar entrar na linha. Só não prometo botar fora meu estoque de bananinha Paraibuna que espalhei pelo quarto, escritório, porta-luvas do carro, mochila e outros esconderijos que não conto, não conto, não conto.
The Running Hippie
Part 1: I’m like a hippie working for a big corporation. While everyone is looks fine in their suits, ties and polished shoes, I go in a large blouse. And open-toed sandals, showing that strange nail. The hair styles in the office are well cut, well taken care of. Not me, it’s loose hair, dried out by the sun and lack of care. Calm down, it’s just a metaphor. I am not like that. But that’s how I feel.
Part 2: I live in the tribe of runners. We talk about training, racing, motivation, injuries and … nutrition. Then my problem begins. I’m a social misfit. In the running society, I become a corporate hippie when it comes to nutrition. “So, what did the nutritionist give you before the training?” It is at this moment that I clear my throat, talk about the low quality of the air, pretend to answer my phone. Nutri… what? No, sir, I’ve never been to a nutritionist. In the mandatory check-ups here in the office, I have to “stop” (I have never understood this verb always used among health professionals) by the nutritionist. I usually lie when I “stop” over there. Do you eat watercress? Always. Do you usually drink soda? Oh, just once in a while. Fruit for dessert? Ah, maaaaany times. Once the form is filled out, they discover that I lack iron, zinc, cadmium, niobium or one of these chemical elements that I decorated in the periodic table for school. And they prescribe a menu. That I will keep in the sixth session of my office. That’s the garbage.
Part 3: But I’m tired of being a nutritional bastard. I wish I could toe the line. I Always have a bun before training, try to replace what I lost, but nothing else. And with real food, no supplements, no science. I always find it fun and wonderful to be able to eat whatever you feel like, of course with the responsibility of those have already been chubby and know how easy it is to go from a sport’s pope to potato. I have always liked this sweet inconsequence of thinking that running allows me a nutritional debauchery. Time goes by, and I see that it is like that. I want to toe the line. I just won’t promise to throw away my candy, which I stash in the bedroom, office, glove compartment, backpack and other hiding places that I won’t tell, won’t tell, won’t tell.
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