[Portuguese listening/reading practice] – O ano e o ano que vem Posted by carol on Nov 30, 2017 in Brazilian News, Brazilian Profile, Culture, Customs, Learning, Spelling, Vocabulary
[Prática de escuta e leitura em Português]
Olá, povo! Hello, people!
The month is drawing to an end, so this means it is time for our usual listening and reading practice. Our text today is Gregório Duvivier’s “O ano e o ano que vem” (The year and next year). The author discusses the year of 2017 and the upcoming 2018, commenting on events like the elections, the world cup, and possible future scenarios. Let’s go for it?
Let’s go with the following steps:- Listen to the audio first. See if you can identify any words and write them down, if you want to.
- Scroll down and read the text. You can try reading it out loud to practice your pronunciation and speaking skills, or play the audio again and follow as you listen. Read each sentence carefully and see what you can recognize and understand.
- Check translated text in italics. What were you able to grasp? Which parts were the most difficult? It’s a good idea to read the text in Portuguese again now that you know its full meaning.
1. Ouça/ Listen
Part 1:
Part 2:
Part 3:
2. Leia/ Read
O ano e o ano que vem
Acho que foi em 2016 que tudo começou. De repente, da noite pro dia, só se falava em 2018. “E 2018, hein? O que é que vai rolar?” A coisa, claro, foi piorando ao longo de 2017. “E 2018, hein? Vocês tão pensando no que eu to pensando?” Hoje, já não se fala sobre o tempo quando falta assunto. No primeiro silêncio constrangedor, alguém vai perguntar. “Mas e 2018, hein? Qual o chute?”
Todo o mundo tem uma teoria. Alguns apostam que Lula* ganha, outros que ele vai ser preso, e tem os que acham que ele vai ganhar e depois ser preso, ou ser preso e ganhar de dentro da prisão. Tem os apocalípticos: se ele ganha o país entra em colapso, mas se ele vai preso o país também entra em colapso. O colapso parece inevitável. As razões prováveis tem dividido os especialistas.
Independente do diagnóstico, todo o mundo concorda que o ano já começou -a não ser aqueles que acreditam que o ano não vai começar. “To achando que não vai ter 2018”, vaticinam os mais pessimistas. Entre eles tem os que já estão procurando na árvore genealógica algum tataravô gringo pra dar entrada num passaporte.
Cada ano tem sua sina, como mostram os livros e filmes que tem ano no título. Se 1968 foi o ano que não terminou, 1969 foi o ano que mudou nossas vidas, 1970 foi o ano em que meus pais saíram de férias e 1974 foi o ano que começou em Abril, 2017 tem a sina mais estranha de todos os anos. 2017 é o ano em que só se falou do ano seguinte.
A gente podia se distrair com o futebol, mas a Copa é só no ano que vem. A gente só vai descobrir em 2018 se o 7 a 1** foi um lapso passageiro da nossa história gloriosa ou se a goleada marcou o início de uma nova era de vexames da seleção canarinho***. Alguma coisa se quebrou ali, resta saber se foi pra sempre.
Se 2015 foi uma grande ressaca, 2017, coitado, tá sendo uma grande véspera. Mas não é tipo véspera de Natal quando você é criança e você quer que chegue logo pra ganhar presente e comer rabanada e encontrar a família. É véspera de Natal só que você é adulto e você tem que comprar presente e produzir a rabanada e… encontrar a família.
2017, coitado, talvez fique conhecido como “o ano em que só se falou do ano seguinte mas não porque todo o mundo queria que chegasse logo mas porque tudo indicava que seria terrível”. Que ano estranho.
Chega de falar de 2017. E 2018, hein? O que vocês tão achando?
*Note: Lula is Brazil’s former president and possible candidate for next years’ election
** 7 x 1: Brazil’s losing score to Germany on 2014’s World Cup
*** canarinho: little canary bird, an allusion to Brazil’s yellow soccer uniform
The year and next year
I think it was it all started in 2016. Suddenly, from night to day, it was all about 2018. “What about 2018, huh? What’s going to happen?” It got worse, of course, over 2017. “What about 2018, huh? Are you thinking what I’m thinking?” Today, people no longer talk about the weather during small talk. At the first embarrassing silence, someone asks: “What about 2018, huh? What’s the hunch?”
Everybody has a theory. Some bet that Lula will win, others that he will be arrested, and there are those who think he will win and then be arrested, or be arrested and win from inside the prison. There are the apocalyptic ones: if he wins the country collapses, but if he is arrested the country also collapses. Collapse seems inevitable. The reasons have been dividing the experts.
Regardless of the diagnosis, everyone agrees that the year has already begun – except for those who believe the year will not begin. “I don’t think there’ll be a 2018,” predict the most pessimistic. Among them are those who are already looking in the family tree for some foreign great-grandfather to file for a passport.
Each year has its fate, as books and movies that have years in their title show. If 1968 was the year that did not end, 1969 was the year that changed our lives, 1970 was the year my parents went on vacation and 1974 was the year that started in April, 2017 has the strangest fate of all years. 2017 is the year when we only talked about the following year.
We could get distracted by soccer, but the World Cup is only next year. We will only find out in 2018 if the 7 to 1 was a passing lapse of our glorious history or if the rout marked the beginning of a new era of vexations of the “canarinho” selection. Something has been broken there, it remains to be seen if it will be forever.
If 2015 was a major hangover, 2017, poor thing, has been a big eve. But it’s not like Christmas Eve when you’re a kid and you want it to happen soon so you can get a present and eat French toast and see your relatives. It’s Christmas Eve except you’re an adult and you have to buy gifts and make French toast and … see your relatives.
2017, poor thing, maybe will be known as “the year we only talked about the following year but not because everybody wanted it to arrive soon but because everything indicated that it would be terrible.” What a strange year.
Enough talking about 2017. What about 2018, huh? What do you think?
You can read the original column here:
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2017/11/1934978-o-ano-e-o-ano-que-vem.shtml
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